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Ricardo Tozzi, que também já pintou quadros, abandonou a carreira de megaexecutivo para ser ator: ‘Minha família não apoiou’

“A vida é uma só e é muito curta. A gente tem que tirar o máximo dela”. A frase poderia ter sido extraída de um livro de autoajuda ou de uma palestra motivacional, mas foi proferida, com toda a propriedade, por Ricardo Tozzi, um ator de 36 anos, dono de uma trajetória de vida digna de novela. Atualmente, fazendo sucesso com dois personagens em “Cheias de charme” — o batalhador Inácio e o deslumbrado popstar Fabian —, o galã teve um passado profissional bem distante dos holofotes da fama: era um megaexecutivo da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo. Formado em administração de empresas, ele trabalhava, em média, 12 horas por dia como gerente geral de operações da entidade de negócios e, apesar de ser bem-sucedido e ganhar um salário invejável, decidiu largar tudo para virar ator:

— Trabalhei lá durante dez anos. Meu salário era ótimo, e lidava diretamente com Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central do Brasil durante a gestão Lula), com o presidente mundial do grupo Citibank... Tinha uns 27 anos, estava no auge da carreira, mas sentia que precisava mudar de vida. Foi quando resolvi fazer, escondido, um curso de teatro. Fazia à noite, após o trabalho. Não contei para ninguém porque não queria abalar minha credibilidade como executivo — conta Tozzi, que chegou a dar entrevistas para a TV Globo sobre macroeconomia e assuntos financeiros.

Nessa mesma época, Tozzi começou a pintar quadros. Não por influência do tio, o prestigiado artista plástico Claudio Tozzi (com quem não tem muita proximidade), mas para dar vazão aos anseios artísticos que pulsavam em suas veias. O resultado da empreitada? Todas as obras foram expostas em uma galeria de arte e vendidas em duas semanas.

— Precisava urgentemente de uma válvula de escape. Pintava não para vender, mas para fazer algo só pra mim. Um amigo meu, dono de galeria de arte, resolveu expor os quadros. Mas nunca tive pretensão de ser artista plástico, queria mesmo era ser ator — explica o moço de múltiplas facetas artísticas, nascido em Campinas, interior de São Paulo.
Hora da mudança

A transição de homem de negócios para homem das artes dramáticas não foi fácil. Após quatro anos de curso de teatro e algumas peças amadoras no currículo, Tozzi se sentiu pronto para tentar a sorte na carreira artística: fez um teste para a Oficina de Atores da TV Globo e conquistou a aprovação. A parte difícil foi contar à família e ao chefe que abandonaria seu alto cargo de executivo para se dedicar, em tempo integral, às artes cênicas:

— Minha família não apoiou em nada minha decisão. Eles são tradicionais e tinham muito orgulho do que eu tinha conquistado. Meus pais quase enfartaram. Quando fui pedir demissão no trabalho, meu chefe falou: “Você está louco! Não vou te demitir. Vai fazer esse negócio de teatro e aí a gente tenta conciliar...” — relembra, aos risos, o ator que estreou na televisão em 2005, na novela “Bang bang”, como o médico Harold Phinter.

Agora, com sete anos de carreira, e tendo acumulado atuações em séries e novelas como “Pé na jaca” (2006), “Caminho das Índias” (2009) e “Insensato coração”(2011) — nesta, fez sucesso como o cômico Douglas, assediado pela tarada Bibi, vivida por Maria Clara Gueiros —, Tozzi não se arrepende de ter mudado tão bruscamente o rumo de sua vida:

— Sou 100% realizado. Foi a melhor coisa que fiz.

1 comentários:

Anônimo disse...

Adooooooro o Ricardo Tozzi! além de bonito, acho-o super simpático e talentoso.
Ah se eu o encontro num shopping...meio dificil... mas se ele andar aqui em Porto Alegre/RS, vou tentar achá-lo..rsrs
Não perco um capítulo da novela e acredito firmemente, que quando temos um "sonho", um "ideal"... mesmo contra a vontade da maioria, temos que ouvir nosso coração.
Parabéns Ricardo!

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