Há pouco mais de sete anos, ele ainda caminhava tranquilo pelas ruas de São Paulo, vestindo terno e gravata, num visual que hoje chama de 'caretinha'; agora, precisa de escolta para levá-lo da passarela do desfile de outono/inverno do Mega Polo Moda até o local da entrevista, enquanto câmeras fotográficas disparam em busca de um registro daquele momento em que 'o cara da novela passou ao lado.
Em fase de preparação para a próxima novela, 'Em Nome do Pai', que substituirá 'Salve Jorge' no horário das 21 horas na Rede Globo, Ricardo participou do segundo dia de desfiles do Mega Polo Moda.
Os looks escolhidos pela produção agradaram: roupas pretas e despojadas, bem ao estilo do paulista que largou a carreira de sucesso como economista para seguir a paixão pela interpretação. Da profissão, ficou o critério para selecionar os melhores itens sem desperdiçar dinheiro.
— Até compro coisas boas, mas uso por uma década. Vocês vão sempre me ver muito parecido. Essa aqui, eu tenho mesmo há uns dez anos —, afirma ele, mostrando a camisa preta polo que estava vestindo.
O jeito básico de Ricardo
Como você se sente com este assédio, como quando as mulheres começaram a gritar nas suas passagens pela passarela?
Ricardo Tozzi — Eu gosto mesmo, claro que gosto. Pensa se você trabalha com o público e o público não te reconhece? Quando a resposta do público é calorosa, a gente tem mais é que se soltar. Eu pago mico mesmo, dou tchau, jogo beijo, acho que isso é gostoso. Eu me divirto.
E o que você achou das roupas do desfile?
Tozzi — Achei muito bonito. Até peguei a jaqueta que eu desfilei pra mim, que achei bem bonita. Achei as roupas boas, que vestiram bem. Gostei muito do preto que, em São Paulo, é pro ano inteiro, mas no inverno predomina.
Como é o seu estilo no dia a dia, do que você gosta? Tem alguma coisa que você não usa de jeito nenhum?
Tozzi — É, acima de tudo, confortável, muito confortável. O que eu não uso de jeito nenhum... Sei lá, por exemplo, essas coisas muito fashion eu não uso mesmo.
Qual peça não pode faltar no seu armário?
Tozzi — Calça jeans, todo dia, todo dia. E como bom paulista, eu vou pro Rio de Janeiro e uso calça jeans, eu não uso bermuda.
E para mulher, tem algum estilo de que você goste mais?
Tozzi — Não, acho que a mulher tem que ter o estilo próprio dela. Independente do estilo que for, se ela tiver autenticidade, ela vai estar charmosa, vai estar bonita.
Você lembra do seu primeiro desejo de moda, quando era adolescente? E hoje, você tem alguma mania consumista?
Tozzi — Ah, tênis, né, de moleque era tênis. Eu lembro que eu queria muito um tênis de uma marca, devia ter uns dez anos, e só tinha para comprar nos Estados Unidos, era tudo muito difícil. E hoje é relógio, mas não é mania, não compro muito, não fico gastando dinheiro. Eu gosto de bons relógios, tenho alguns.
Seu estilo mudou desde que você começou a trabalhar como ator e aparecer mais na mídia?
Tozzi — Mudou, porque eu era executivo, era muito caretinha, usava muita camisa, sapato... Nunca mais coloquei sapato no pé, só quando vou em casamento e olhe lá. E no Rio, né, a moda muda porque é muito descontraída, no calor que é o Rio de Janeiro você usa muito chinelo.
Tem alguma roupa que você já usou para algum personagem e pensou: nossa, nunca usaria isso na minha vida?
Tozzi — Cara, as calças do Fabian (da novela 'Cheias de Charme')! Aquilo apertava muito. Depois eu acostumei porque elas foram até laceando, mas no começo eu sofria, doía mesmo. E o cabelo, eu ficava duas horas por dia colando na cabeça, aquele cabelo era surreal. Mas acho que valeu muito a pena esse esforço porque o personagem ficou muito legal para diferenciar a caracterização de um e de outro (ele também interpretava Inácio na trama). Ajudou muito no meu trabalho.
E neste ano, a gente pode esperar te ver na TV de novo?
Tozzi — Claro, eu vou estrear agora na próxima novela das nove do Walcyr Carrasco. A data de estreia é finalzinho de maio, começo de julho. Eu faço o Thalles, que é um personagem bem diferente do que eu já fiz até hoje, é um cara até um pouco misterioso, ninguém sabe qual é a índole dele. Ele vai ser influenciado por algumas pessoas, pela namorada dele e escolher caminhos não tão corretos. Ele é um escritor, tem um triângulo amoroso com a Fernanda Machado e a Marina Ruy Barbosa. Não tem ironia ou humor, como os outros, tem mais uma coisa de intrigas.
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